Não é defesa. É realidade. Eu começo esse texto lembrando que o Vasco subiu da Série B. Logo, a renda no ano anterior é bem inferior e impossibilita o clube, já atolado em dívidas, de formar um time plenamente competitivo. Não bastasse, ascendeu para a primeira divisão em um ano de eleição. A política do Vasco, disparadamente, é a mais movimentada e polêmica de todos os clubes brasileiros.
Depois, destaco o número de técnicos. Foram três: Cristovão que, mesmo antes de ser anunciado, já era visto como erro por muitos. E foi. Milton Mendes, com um bom começo, perdeu São Januário. Até a tragédia contra o Flamengo, a equipe havia conquistado 15 pontos em 21 no estádio. Foram seis jogos de punição:
- Vasco 0x0 Santos (Engenhão - Sem torcida)
- Vasco 0x1 Atlético-PR (Raulino de Oliveira)
- Vasco 0x3 Cruzeiro (Raulino de Oliveira)
- Vasco 1x1 Palmeiras (Raulino de Oliveira)
- Vasco 1x0 Grêmio (São Januário - Sem torcida)
- Vasco 1x1 Chapecoense (São Januário - Sem torcida)
Dos seis, quatro fora de São Januário, apenas dois pontos conquistados. Todos com Milton Mendes. Além do preço que pagou pela perda do estádio, Douglas, melhor jogador do Cruz-Maltino naquele momento, rumou para o Manchester City. Por conta de alguns problemas de relacionamento, o comandante perdeu o grupo e também o emprego. No meio disso tudo, com o clima político "assombrando" o clube, o Vasco seguia sendo lesado.
Chega Zé Ricardo, com defeitos também, é verdade, mas foi quem colocou o Cruz-Maltino em uma posição em que o mesmo, por limitações claras e fatores externos, não foi capaz de sustentar. O técnico encontrou o Vasco na 14ª colocação. Contou com a adaptação de Anderson Martins, o crescimento de Ramon e Breno, ajustou a zaga, passou confiança para jogadores "esquecidos" no clube, como Madson e Wellington, recuperou Nenê, blindou os garotos e vem tirando o possível deles. Colocou o Cruz-Maltino na briga direta por uma vaga no G7, mas o principal: tirou o Vasco, com quatro rodadas de antecedência, do perigo do rebaixamento.
Foram seis vitórias, seis empates (muitos que são de lamentar, mas continue lendo) e duas derrotas. Um dos reveses com um gol de mão, marcado por Jô, contra o Corinthians. O Vasco ficou 11 jogos sem perder e não sabe nem quem será o presidente do clube em 2018. Zé Ricardo e esse elenco, mesmo com suas limitações, colocaram uma expectativa grande no torcedor de ver o Cruz-Maltino na Libertadores em 2018, mesmo convivendo com salários atrasados desde julho. Alguns desses jogadores, inclusive, não sabem nem qual será o próprio destino no próximo ano. Com quem negociar? Eurico Miranda ou Julio Brant? Incerteza.
Não se fruste. Encare mesmo a Libertadores como sonho. Ficou mais distante. Não impossível. Porém, quando se chega neste momento do texto, analisando tudo o que foi colocado, constato: o 2017 do Vasco é de superação
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